Texto de Soler em Lacan, leitor de Joyce. No Aturdito Lacan já havia falado do não à função fálica como forma de escamotear a castração ( “não há universal que não deva ser contido por uma existência que o negue” (1973, p. 450). Negar o universal
pela particular
não leva a uma verdade, mas somente a uma ficção da existência da relação sexual. Mas esse negar a não existência da relação sexual negando a função fálica seria uma estratégia do neurótico para se continuar no discurso. Na clínica, quando o analisante reclama que não tem nada na vida, que ninguém o ama, que só outros conseguem (gozam) e que ele também mereceria tudo de bom, supor um outro não castrado é uma forma de manter-se em seu dito e apontar para o dizer e se sustentar como sujeito de desejo. Nesse sentido, parece momentaneamente uma ação válida, mas que, com ajuda do analista, deve levá-lo para a assunção de sua falta, a transformar a impotência em impossibilidade, a se servir da função fálica e a inventar com seu sintoma
Nenhum comentário:
Postar um comentário