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domingo, 9 de abril de 2023

Sujeito suposto saber

 


Se há lugar para um saber, ele está situado em relação a uma falta. Se a falta cria o desejo, o saber pode estar em relação a esse desejo. Desejo de saber... o que? Saber qual conteúdo da história do sujeito sustenta essa falta, adquirindo estatuto de verdade. Verdade saber do sujeito. Saber que se torna verdade quando emana do inconsciente.

Mas como chegar a essa verdade? Ela é totalmente inconsciente ou pode se tornar consciente? No dispositivo analítico o discurso do sujeito permite acesso a ela ou sofre por acessá-la. Recalcado e retorno do recalcado seriam a mesma coisa, verdade que se esconde e se revela de forma velada. Sempre inacessível, portanto? Se o saber está do lado do sujeito, por que ele não consegue acessá-lo fora do dispositivo analítico? Somente provocado pela escuta do analista?

Por que o recalque se revela nesse saber não sabido? Unicamente pela presença do analista o desejo de saber se faz presente, deslocado, mas com função de trabalho: fazer valer o inconsciente e a verdade que o faz espocar.

Saber de desejo sustentado pelo desejo do analista. Dessubjetivação (retificação subjetiva) como assunção de algum saber, ou pelo menos desejo de chegar até ele, de se tornar responsável pela falta. Sujeito dividido entre seu furo e seu saber, num equilíbrio pouco provável, entre um sintoma significante e uma significação a toda prova.

Saber inconsciente que não supõe um sujeito, mas que está encarnado nele, sujeito do inconsciente, que se manifesta em um saber que pode ou não se tornar a verdade desse sujeito e transformá-lo.

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